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segunda-feira, 11 de março de 2013

A hermenêutica, as conjecturas e o argumento de autoridade



 "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" Hebreus 4 v.12

A hermenêutica bíblica é muito restrita em sua interpretação. De tal forma que não podemos a nosso bel prazer interpretar a palavra de Deus como nos convém ou  como achamos que significa, nem propagar erros ou incorretas interpretações. Mas, não podemos também deixar de examinar a Bíblia quando ouvimos de renomados pregadores, eruditos senhores da oratória e líderes de longos anos coisas que nos parecem não condizentes com o propósito principal da palavra de Deus: apresentar Jesus Cristo como único e suficiente salvador do homem.


 
Sabendo que a hermenêutica bíblica (afinal existe, por exemplo, a hermenêutica jurídica) tem suas regras a fim de que a interpretação esteja sempre dentro do contexto textual e histórico e que respeitemos também o fato de que esta deve ser feita com discernimento de que não deverá ser de particular interpretação, não posso dizer: acho que o autor escreveu isso, contudo ele queria dizer aquilo. O que o autor original disse, a não ser que sejam parábolas, é o que verdadeiramente ele quis dizer, não é difícil é simples assim. Porém hoje em dia podemos observar que através de muitas conjecturas o sentido original tem sido deixado de lado e muitos textos isolados, na maioria das vezes narrativas, tem sido usados fora do contexto a fim de que o “transmissor” da palavra possa encaixar na mensagem para que consiga chamar a atenção do público ou seria melhor dizer da plateia? Digo que as narrativas são mais usadas pois para os tais nelas não existem limitações contextuais. Encontram até mesmo facilidades na utilização delas, já que as narrativas são: afetivas, emocionais, evocativas e principalmente memoráveis. Com isso as narrativas são mais facilmente mal interpretadas e a grande utilização de conjecturas tornam tudo mais passível de erro.
Que pese o absurdo de que muitos destes “transmissores” são líderes de grandes contingentes, Pastores de longas datas e supostos “conhecedores da palavra”. Nestes casos aparece outro grande erro: o argumento de autoridade. Tão perigoso quanto as conjecturas o argumento de autoridade tem levado muitos e muitos a se distanciarem da Bíblia e se debruçarem nos bancos a ouvirem homens e mulheres que “conhecem a Bíblia de Gênesis à Apocalipse”, “que tem a palavra na ponta da língua”. Perpetuam heresias que ouviram há muitos anos como se fossem verdades bíblicas e o que é pior quando confrontados dizem: está na Bíblia! E basta uma refutação que o mundo deles vem abaixo, afinal heresias são desvios doutrinários gravíssimos. Poderia aqui descrever muitas destas passagens bíblicas que eles utilizam, contudo certamente me tornaria um municiador daqueles que procuram mais para acrescentar ao  seu repertório. Outro reflexo da crescente utilização do argumento de autoridade é a grande evasão nas classes das escolas bíblicas dominicais e dos cultos de ensino da palavra, afinal o que o “transmissor” disse “tá falado” e “assinamos embaixo”.
Que possamos cada vez mais procurar interpretar corretamente o que dizem as sagradas escrituras e delas extrair e propagar a poderosa palavra do Deus Todo-Poderoso e que a Bíblia não seja tratada nunca como um simples livro, que tenhamos o temor suficiente para analisarmos sua mensagem e a transmitirmos como o autor quer: Viva e eficaz! 
Que o amor de Deus que excede todo o nosso entendimento seja derramado sobre suas vidas e de suas famílias em nome de Jesus Cristo. Amém!

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