"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que
espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos
e intenções do coração" Hebreus 4 v.12
A hermenêutica bíblica é muito
restrita em sua interpretação. De tal forma que não podemos a nosso bel prazer
interpretar a palavra de Deus como nos convém ou como achamos que significa, nem propagar
erros ou incorretas interpretações. Mas, não podemos também deixar de examinar
a Bíblia quando ouvimos de renomados pregadores, eruditos senhores da oratória
e líderes de longos anos coisas que nos parecem não condizentes com o propósito
principal da palavra de Deus: apresentar Jesus Cristo como único e suficiente
salvador do homem.
Sabendo que a hermenêutica bíblica
(afinal existe, por exemplo, a hermenêutica jurídica) tem suas regras a fim de
que a interpretação esteja sempre dentro do contexto textual e histórico e que
respeitemos também o fato de que esta deve ser feita com discernimento de que
não deverá ser de particular interpretação, não posso dizer: acho que o autor
escreveu isso, contudo ele queria dizer aquilo. O que o autor original disse, a
não ser que sejam parábolas, é o que verdadeiramente ele quis dizer, não é
difícil é simples assim. Porém hoje em dia podemos observar que através de
muitas conjecturas o sentido original tem sido deixado de lado e muitos textos
isolados, na maioria das vezes narrativas, tem sido usados fora do contexto a
fim de que o “transmissor” da palavra possa encaixar na mensagem para que consiga
chamar a atenção do público ou seria melhor dizer da plateia? Digo que as
narrativas são mais usadas pois para os tais nelas não existem limitações
contextuais. Encontram até mesmo facilidades na utilização delas, já que as
narrativas são: afetivas, emocionais, evocativas e principalmente memoráveis.
Com isso as narrativas são mais facilmente mal interpretadas e a grande utilização
de conjecturas tornam tudo mais passível de erro.
Que pese o absurdo de que muitos
destes “transmissores” são líderes de grandes contingentes, Pastores de longas
datas e supostos “conhecedores da palavra”. Nestes casos aparece outro grande
erro: o argumento de autoridade. Tão perigoso quanto as conjecturas o argumento
de autoridade tem levado muitos e muitos a se distanciarem da Bíblia e se
debruçarem nos bancos a ouvirem homens e mulheres que “conhecem a Bíblia de
Gênesis à Apocalipse”, “que tem a palavra na ponta da língua”. Perpetuam
heresias que ouviram há muitos anos como se fossem verdades bíblicas e o que é
pior quando confrontados dizem: está na Bíblia! E basta uma refutação que o
mundo deles vem abaixo, afinal heresias são desvios doutrinários gravíssimos. Poderia
aqui descrever muitas destas passagens bíblicas que eles utilizam, contudo
certamente me tornaria um municiador daqueles que procuram mais para
acrescentar ao seu repertório. Outro
reflexo da crescente utilização do argumento de autoridade é a grande evasão
nas classes das escolas bíblicas dominicais e dos cultos de ensino da palavra,
afinal o que o “transmissor” disse “tá falado” e “assinamos embaixo”.
Que possamos cada vez mais procurar interpretar
corretamente o que dizem as sagradas escrituras e delas extrair e propagar a
poderosa palavra do Deus Todo-Poderoso e que a Bíblia não seja tratada nunca
como um simples livro, que tenhamos o temor suficiente para analisarmos sua
mensagem e a transmitirmos como o autor quer: Viva e eficaz!
Que o amor de Deus que excede todo o nosso entendimento seja derramado sobre suas vidas e de suas famílias em nome de Jesus Cristo. Amém!
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